Concentração antes do show
O
Mestre de Cerimônias, um capo, um dos grandes que a MPB tem por hora, Marcelo Delacroix. Em torno dele, a partir da dádiva da
partilha, outros grandes nomes: Ronald Augusto, profícuo poeta e
cancionista; Demétrio Xavier, Payador da nobre linhagem de Atahualpa
Yupanqui e filho legítimo da melhor poesia crioula da América do Sul;
Quiçá se Fosse, jovens talentosos que estão movimentando a cena local a
partir de intensa movimentação junto com Carmen Correa, voz límpida e
composições maduras mostrando que já é uma compositora que sabe a que
veio.
Decoração especial pelas mãos da artista Andrea Soares Costa
Fechando a noite os nobres tamboreiros do Alabê Ôni, ontem com um
repertório quase que 100% autoral: Mimmo Ferreira cantou seu tema, "Dos
Negros", um candombe ijexá; Kako Xavier cantou "No Meio da Praça", um
maçambique canção de sua autoria e Richard Serraria homenageou um dos
maiores compositores da música gaúcha falecido há quase um ano atrás,
Gilberto Amaro do Nascimento, Giba Giba, com a canção "Giba Gigante
Negão". Pingo Borel cantou uma reverência ao Xapanã, com cântico em
iorubá arcaico, material de domínio público, o "Glefê" de ritmo
contagiante e impressionante movimento de dança proposto por esse
artista extremamente carismático e dono de sorriso contagiante. Juntos,
Marcelo Delacroix e Alabê Ôni fizeram pela primeira vez em público a
canção "Cais do Valongo", letra de Dilan Camargo sendo que Serraria
declamou parte de "Casa Grande & Senzala" de Gilberto Freyre, em que
o sociólogo propõe no trecho declamado por Serraria, uma ideia
equivocada sobre a alegria do negro perante a escravidão.
Uma noite inesquecível, casa lotada com a presença de gente ilustre sobretudo na platéia.
Salve compositores, salve a cena local, 2015 iniciando bem demais. Arriba e Alabê Ôni na área em ação!
Texto: Richard Serraria
Fotos: Náthaly Weber
Comunicação Alabê Ôni
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